A eleição que não terminou

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A derrota de Gabeira mostra que as coisas estão sim um pouco diferentes na cabeça das pessoas e nos rumos como aconteceram as eleições no Rio de Janeiro. Muitos estão dizendo que um dos grandes problemas foi a grande taxa de abstenção, 20,25% na cidade, causada por inúmeros motivos, mas principalmente pelo fato de que o feriado do funcionário público, que foi adiantado de terça-feira, dia 28, para segunda-feira, dia 27. Assim as pessoas sem a menor vontade de votar, por se tratar de algo tão chato e desinteressante, resolveram ir viajar e não votar simplesmente.
A grande diferença estaria no fato de que na zona sul da cidade a abstenção chegou a 25,69%, o que dá mais ou menos 158 mil eleitores que não votaram. Sendo a diferença de votos entre Gabeira e Paes de apenas 50 mil votos, realmente se todo mundo votasse no Gabeira ele teria ganhado.
Um destaque fica para o fato de que pelas pesquisas o candidato vencedor, Eduardo Paes, teve a maioria dos votos vindo das zonas pobres da cidade, zonas norte e suburbana e zona oeste pobre, enquanto Gabeira teria os votos das zonas ricas: zona sul e área mais próspera da zona oeste.
Por aí textos em apoio a Gabeira já estão rolando. O blog da Corá Ronai tem um dos textos mais falados:

"Agora, lá vamos nós para quatro anos de subserviente nulidade, quatro anos em que o recado das urnas será interpretado, pela corja que domina esta infeliz cidade, como um retumbante "Liberou geral!" Nojo, nojo, nojo."

Ricardo Noblat ainda escreveu o seguinte:

"A trajetória política de Gabeira é marcada por um extraordinário paradoxo: ele ganha quando perde. Para ser mais preciso: só ganha quando perde."

O atual prefeito do Rio de Janeiro, César Maia parece querer colocar um ponto final na história:

"
A democracia falou, está falado. Falaram as urnas e agora é torcer para que o novo prefeito tenha as melhores inspirações e faça o melhor por nossa cidade. A pequena diferença de 55 mil votos foi na verdade de 27.500 votos, pois se 27.500 saíssem de um lado para o outro a eleição teria empatado. Vale dizer: ambos merecem o aplauso de todos".

Mas parece que as coisas não vão parar por aí. Um movimento está sendo organizado, o Pro-Democracia. No blog deles:

"Seremos justos, boca de urna, mílicia e coisas suspeitas deste tipo modificaram o resultado da eleição 2008 (2º turno), após tambem 25 porcento dos moradores do Rio de Janeiro não terem votado por causa de um feriadão.

Estamos nos organizando para sexta-feira dia 31 de outubro, um movimento que irá questionar a eleição de seugundo turno e propor um terceiro turno.
"

A idéia seria o movimento ser uma caminhada saindo da Cinelandia rumo ao TRE a partir de 13h00 na sexta-feira. Será que rola? Se depender do número de pessoas na comunidade deles no orkut, que chega a 3200 em apenas um dia...
Uma coisa há que se concluir, essa eleição do Rio, em particular, foi algo muito peculiar em meio a todo o processo eleitoral visto por aí. Por aqui fico no aguardo de novidades.

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