O dia que encontrei uma carteira na rua

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Não gosto de colocar nada que seja pessoal neste blog. O intuito desta página é as pessoas entrarem aqui pra se informar, pra ver generalidades, sobre todo e qualquer assunto que me der na telha, que estiver em voga, enfim, sempre com mais enfase para a música(o alimento da alma). Mas como às vezes eu falo de comportamento estou neste momento abrindo uma exceção, pode não ser a úlitma vez(nunca diga nunca), mas não pretendo fazer isso de novo tão cedo. Dessa vez vale a pena na verdade, é uma boa ação que eu fiz, e não que eu seja um exemplo de pessoa, longe disso, mas boas ações precisam ser ditas.

É que quinta-feira encontrei uma carteira na rua. Estava no ônibus, na hora de descer, com o ônibus começando a parar já olhei pro lado e vi uma carteira sozinha no banco do ônibus sem ninguém por perto, olhei rapidamente em volta e não vi mais ninguém. Não pensei duas vezes, peguei a carteira e coloquei na mochila.
Ao abrir a carteira tinha dinheiro. Além do dinheiro tinha uma vida ali dentro. CPF, RG, cartão de crédito, de banco, de plano de saúde, título de elitor, comprovante de voto das últimas eleições, enfim vários documentos. Além disso, vários números de telefone, um monte de papéis com anotações e tals.

Podia ter feito muitas coisas com aquela carteira, podia pegar o dinheiro, jogar a carteira no chão e esperar que a próxima pessoa tomasse uma atitude sobre o rumo da carteira, jogar ela no bueiro, no rio, na cabeça de um desavisado que estivesse passando, pegar todos os números de telefone e ficar ligando a cobrar passando trotes divertidos. Podia só pegar o dinheiro.

Encontrei um pedaço de papel que estava escrito Mãe e o número de telefone. Não pensei duas vezes e liguei pra mãe. Conversei com a mãe, o filho dela estava para chegar do trabalho e depois me ligaria para pegar a carteira de volta. Ele ligou e no dia seguinte fui até um local perto da minha casa entregar a carteira.

O senhor de uns 50 anos(nem reparei na idade dele em meio aqueles montes de documentos, na verdade nem mesmo reparei em quase nenhum dos documentos) apareceu, com cara de felicidade por alguém estar fazendo aquela boa ação. A primeira coisa que disse foi: "Você nem mexeu no dinheiro!". Depois falamos de qualquer coisa e o cara insistiu muito e me deu parte do dinheiro que tinha ali como forma de recompensa. Insisti muito, disse que não precisava mesmo, mas acabei aceitando, ele disse: "pra você tomar um sorvete". Depois fui embora com a consciência limpa tomar o sorvete, já que o dinheiro era para isso...

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